A ESCRITA DA HISTÓRIA: TENDÊNCIAS E DEBATES


Durante vários séculos, as mulheres foram desconsideradas da esfera pública, política e econômica. O estudo sobre as mulheres teve êxito a partir da História Social, de fins do século XX. Analisando a trajetória da historiografia que permitiu que as mulheres fossem alçadas à condição de objetos e sujeitos da história, considere as afirmativas a seguir:

 

I - A historiografia positivista privilegiava o estudo do feminino no âmbito privado, tratanto de questões sobre a participação política da mulher aos lado dos grandes líderes.

II - No século XIX, o marxismo contribuiu amplamente para o estudo do feminino, passarando a analisar a participação das mulheres no estudo dos movimentos sociais e na luta de classes.

III - O desenvolvimento de novos campos de estudo, como a história das mentalidades e a história cultural, reforça o avanço na abordagem do feminino, apoiando-se também em outras disciplinas para desenvolver um estudo sobre as mulheres.

IV - Os movimentos feministas dos anos 60 contribuíram para o surgimento da história das mulheres, destacando o envolvimento das mulheres na luta pela obtenção de seus direitos políticos, de seu espaço profissional e também social.

 

Estão CORRETAS apenas as afirmativas:


I, II e III.


I e II.


I, III e IV.


II, III e IV.


III e IV.

As novas fontes, abordagens e problemas propiciados pela Nova História permitiu estabelecer uma relação entre História e Literatura, dois campos discursivos delimitados por fronteiras distintas, mas que possibilitaram ao historiador novos horizontes para entender e pesquisar o processo histórico.

A respeito da relação entre História e Literatura, analise as afirmações:

I- Até a década de 1960, História e Literatura eram campos bem separados e distintos, um voltado para o real e o outro para a ficção.

II- A aproximação entre estas duas áreas de conhecimento está relacionada a obra do filósofo francês Michel Foucault.

III- A constatação de que o historiador preenche as lacunas deixadas pela documentação com sua imaginação serviu de argumento para a aproximação entre História e Literatura.

É correto o que se afirma em:


I e II apenas.


I apenas.


II e III apenas.


III apenas.


I, II e III.

Leia com atenção:

A pluralidade da abordagem histórica pode ser enriquecida com estes estudos multidisciplinares que nos levam a compreender melhor outros períodos. A preocupação estética do discurso literário não é a principal característica que surge para o historiador, mesmo que ela também se constitua em um elemento importante dentro da análise. (FREITAS NETO, José Alves de. História e Literatura na sala de aula. Harbra News, 29 de outubro de 2007).

Considerando os estudos propostos pela Nova História, o fragmento nos permite concluir que:


A escrita da História deve possuir um caráter literário para ser reconhecida como ciência.


A renovação historiográfica permitiu ao historiador dialogar com outras disciplinas para construir sua escrita, como a Literatura, por exemplo.


O texto literário deve ser considerado como histórico, uma vez que sua escrita procura recriar os fatos tais como aconteceram.


A relação entre História e Literatura não pode ser estabelecida, uma vez que ambas são ciências distintas e a linguagem literária se limita ao ficcional.


A escrita da História só é possível por meio do uso da liguagem literária, que fornece ao historiador os elementos necessários à veracidade de sua narrativa.

 

Apesar da semelhança cronológica e temática dos historiadores da chamada terceira geração, estes se distinguem quanto à forma de trabalhar seu objeto, isto é, suas propostas teórico-metodológicas.

São características da terceira geração dos Annales:


O distanciamento da preocupação com as condições da vida material e a preocupação com as mentalidades.


O distanciamento com a preocupação da história política e a proximidade com a história econômica.


O distanciamento com a preocupação da história econômica e a proximidade com a história política.


O distanciamento da preocupação com as mentalidades e a preocupação com as condições da vida material.


O distanciamento da preocupação com as mentalidades e a proximidade com a história política.

Leia atentamente o trecho a seguir (AFONSO, 2011):

(...) a imagem traz intrínseca uma série de possibilidades construídas por um grupo social, cultural, econômico, político e religioso situado num espaço temporal, enfim, pode estar impregnada de objetividade (racionalidade) e subjetividade (sentimentos).

A partir da leitura acima é correto concluir que a imagem:


Seja a própria fonte a ser consultada.


Dialoga apenas com ciências específicas do seu estudo.


Desperta pouco interesse para a historiografia.


Sirva como mera ilustração de um dado objeto.


Escapa do domínio dos historiadores.

A História, durante muito tempo, teve como objeto de estudo privilegiado o homem, branco, europeu. No entanto, nas últimas décadas uma grande reviravolta tem ocorrido no campo da historiografia, que passou a se debruçar sobre temáticas e grupos sociais até então excluídos da História. Neste sentido é que surge a História das mulheres, corrente historiográfica que se preocupa essencialmente em:


Afirmar a exclusão das mulheres das atividades políticas.


Estudar exclusivamente as relações familiares e a educação das crianças.


Situar as questões de gênero dentro das esferas do público e do privado.


Analisar o cotidiano das mulheres no âmbito das relações domésticas.


Analisar o cotidiano das mulheres e sua inserção no mundo do trabalho.

Leia atentamente o trecho abaixo:

(...) foram determinantes para se pensar as mulheres como protagonistas da análise histórica (...). (AFONSO, 2011, p. 82)

O trecho se refere aos seguintes movimentos:


Marxista e Escola dos Annales


Positivista e Marxista


Historicista e Feminista


Feminista e Nova História


Marxista e Nova História

Os novos estudos da História Cultural permitiram a aproximação entre Literatura e História, se aproximaram em função da apropriação de teorias literárias para a escrita da história. Nesta relação, destacam-se os estudos de dois teóricos norte-americanos - Hayden White e Dominick La Capra - que buscaram compreender o papel das estruturas linguísticas na composição do real, no que concerne à criação e à descrição da realidade histórica.

 A apropriação das obras de Hayden White e Dominick La Capra pela historiografia contribuiu para:


aproximar os historiadores da crítica literária, fornecendo as bases para um novo tipo de construção da narrativa histórica.


colocar em destaque a posição que a História das Mentalidades atingiu dentro do ofício do historiador.

 


fortalecer a ênfase dada pelos marxistas à história econômica.


ampliar as fronteiras que separavam o conhecimento histórico da Literatura.


permitir o retorno da narrativa, fazendo renascer a história tradicional anterior aos Annales.

Leia com atenção o fragmento a seguir:

No cruzamento que se estabelece entre a História e a Literatura, o historiador se vale do texto literário não mais como uma ilustração do contexto em estudo, como um dado a mais, para compor uma paisagem dada. O texto literário lhe vale como uma fonte privilegiada que pode acessar elementos do passado que outros documentos não proporcionam. (PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & História Cultural. 2. ed. BH: Autêntica, 2004, p.113).

Segundo a análise da autora, História e Literatura se aproximam em função da escrita da história e dos novos objetos trabalhados pela História Cultural. Sobre as contribuições de ambas para o ofício do historiador, associe corretamente as colunas:

(1) História

(2) Literatura

 (    ) forma de representar artisticamente uma realidade.

(   ) busca no cotidiano subsídios para serem abordados, preocupando-se com a vida cotidiana vivenciada.

(    ) parte da análise do homem trabalhando com o social, o coletivo.

(    ) não está preocupado em mostrar o que aconteceu, mas explicitar o outro real.

(    ) seu discurso se prende no acontecimento, ou seja, busca se aproximar do real.

 A sequência correta é:


2-1-2-1-2


1-2-1-2-1


2-1-1-2-1


2-2-1-1-1


1-1-2-2-1

Ao propor o seu método indiciário para a escrita da História, o italiano Carlo Ginzburg estabeleceu uma relação desse método com a semiótica médica, "disciplina que permite diagnosticar as doenças inacessíveis à observação direta na base de sintomas superficiais, as vezes irrelevantes aos olhos do leigo". Segundo a análise de Ginzburg, tal relação permite concluir que:


o historiador utiliza como método as mesmas práticas adotadas pelos cientistas, partindo da semiótica para valorizar as questões ligadas ao mental.


o historiador busca indícios, pistas e sinais, aparentemente irrelevantes, para descrever uma realidade complexa que não seria cientificamente experimentável.


a história só pode ser escrita a partir dos sinais deixados pelos homens ao longo do tempo.


o historiador toma o homem como experimento para compor sua narrativa por meio dos indícios encontrados nos documentos escritos.


a escrita da história utiliza de métodos experimentais para compor a veracidade dos fatos.

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